terça-feira, 30 de julho de 2013

Além da Pureza - (Adaptada)



Capítulo 2 parte II



 Aquele 'era um poço que estava sendo sondado pela primei­ra vez. Harry ainda não descobrira petróleo, mas Lua apos­tava como descobriria. Harry tinha muita sorte e competência.
— Meu pai tem uma porcentagem nesta exploração — Arthur  acabou por dizer após alguns minutos, olhando de soslaio para Lua. — Relaxe, pelo amor de Deus. Não vou pular em cima de você!
Ao ouvir aquilo, Lua mordeu p lábio com força, machucando-o.
— Aprecio isso — ela falou, com uma pontada de sarcasmo. Dando uma baforada no cigarro, Arthur continuou:
— Está tudo bem, Lua. Não tenho o direito de lhe dizer co­mo deve se vestir, apesar de acreditar que você se vestiu deste modo hoje por causa dos insultos que eu lhe dirigi ontem. — Arthur parecia pouco à vontade. — É culpa de meu pai, droga! Eu nem notava suas roupas antes de ele meter o nariz. — Na verdade, Arthur  não notara a existência da secretária antes. Nos últimos dias, passara a observá-la com freqüência. Como ago­ra. Desviou o olhar do vestido, percebendo mais uma vez co­mo Lua estava sexy com ele. — Esse vestido… favorece bastante você.
Sabendo que seu rosto estava em chamas, Lua sentiu-se co­mo um espécime sendo analisado.
— O senhor disse que seu pai tem interesse nas explorações do sr. Deal?
Arthur apagou o cigarro.
— Uma pequena porcentagem — respondeu, aliviado por sentir que a tensão entre eles diminuía. Vê-la naquele vestido não estava sendo nada bom para seu autocontrole e esperava que Lua não percebesse a atração que começava a sentir por ela. — Eugène gosta de meter o dedo em tudo ó que encontra.
— Pensei que o mercado de petróleo fosse um mau investi­mento agora.
— O mercado está baixo, mas subirá de novo. Flutua co­mo o mercado do ouro. Mas, enquanto for uma necessidade, os preços poderão subir. Eugene e Harry são espertos o sufi­ciente para diversificarem suas operações. Vão sedar bem.
— Há algum problema com o equipamento que fizemos pa­ra o sr. Deal?
— Ele acha que sim. Eu acho que não. — Arthur dirigiu-lhe um sorriso. — Sei quem está operando a máquina para Harry. É um velho que não aceita inovações. Provavelmente pôs a peça do lado errado ou algo assim.
O que havia sido exatamente o caso. Mais tarde, observan­do Arthur lidar com uma peça cheia de graxa do equipamento pesado, Lua viu o homem mais velho ficar rubro quando o motor começou a funcionar com precisão.
A plataforma era operada por homens fortes e musculosos que pareciam achá-la uma atração fora do comum. Havia mu­lheres que trabalhavam naquele ramo, mas não na platafor­ma de Harry. Ela sentiu-se pouco à vontade.
Segurava o casaco do chefe enquanto ele lidava com as pe­ças. Agora, Arthur limpava as mãos num lenço que nunca mais seria branco de novo e dirigiu um eloqüente olhar a Harry.
— Está tudo certo — disse Harry, olhando para o empre­gado mais velho. — Sam, depois você me explica o que houve.
— Sim senhor — e foi embora, envergonhado.
— Como vai seu pai? — indagou Harry.
-— Ganhando dinheiro. Ele espera que você ganhe o sufi­ciente para poder comprar um Rolls novo.
— Estou fazendo o melhor possível. — E, dizendo isto, virou-se para Lua: — Vejo que ainda está com a mesma se­cretária. Ainda não se casou, srta. Blanco?
Elisa abraçou com força o casaco do chefe contra o corpo.
— Achei um candidato, sr. Deal — respondeu, com doçu­ra. — Mas não sabia trocar pneu e falar ao mesmo tempo, então desisti dele.
Harry sorriu, sem jeito.
— A senhorita não sabe trocar pneus?
— Hoje em dia, sou obrigada a saber. A maioria dos ho­mens são tão preguiçosos que eles não querem se ocupar em fa­zer essas coisas difíceis.
Arthur previu desastre. Pegando Lua pelo braço, levou-a para longe.
— Me avise se tiver maiores problemas. Precisamos voltar ao trabalho.
— Obrigado, Arthur — respondeu Harry, virando-se de costas.
— Velho dinossauro arrogante — murmurou Lua, cons­ciente do braço másculo apertando o seu.
— Você exagerou na dose, querida — disse Arthur. — Entre no carro e fique quieta até irmos embora. — E, dirigindo-lhe um olhar surpreso: — Você nunca respondeu a Harry antes.
— Talvez eu estivesse sob o efeito do óleo e da graxa — Lua respondeu em tom doce. Sentia-se livre, agora que puse­ra o velho em seu devido lugar. Talvez por trabalhar para o sr. Aguiar tivesse ganho um pouco de autoconfiança. Precisa­va se defender dele e lhe parecia automático ter de se defen­der dos outros.
Arthur ria baixinho ao entrar no Lincoln. Ainda tentava ti­rar a graxa das mãos,
— Malditos exploradores de petróleo. Harry tem de des­pedir aquele filho da…
— Sr. Aguiar! — exclamou Lua, alarmada.
— Desculpe, srta. Pureza. Você já devia estar acostumada ao meu linguajar.
— Eu devia — concordou Lua, fechando os olhos è se aco­modando no banco macio do carro. — Quando acho que já ouvi tudo, o senhor inventa coisas novas.
— Invento? — Arthur riu, baixinho. — Você é uma gatinha selvagem quando provocada, não? Mas não era assim no iní­cio -— comentou ele, num tom que nunca usara com a secre­tária. — Você não tinha esse fogo. Levou alguns anos para liberar sua agressividade, e hoje em dia não fica sem respon­der a nada, não? — E, dizendo isso, olhou intrigado para Lua, passando os dedos pelos lábios finos e delicados dela, observando-lhe a reação.
A sensação daquela atitude deliberada causou um choque em Lua. Seu corpo ficou tenso e quente ao mesmo tempo e podia-se ouvir sua respiração irregular.
A reação da secretária era uma delícia, pensava Arthur. Ele esquecera de como uma mulher podia ser sensível ao seu to­que. Lua era inocente, muito diferente das mulheres expe­rientes e sofisticadas com as quais se relacionava. Podia perceber que toda aquela sensualidade era algo novo para ela. Seus dedos se moviam pressionando os lábios femininos de leve, fazendo com que Lua sentisse o cheiro de tabaco e da loção de barba, misturados com cheiro de graxa da platafor­ma de petróleo. Arthur  percebia o próprio corpo se retesando ao notar a extensão do prazer que Lua experimentava. Seus olhos azuis se aproximaram dos dela, fazendo com que Lua ficasse tensa.
— Você sabia que sua boca era assim tão sensível, moci­nha? — perguntou Arthur, a voz rouca, perscrutando os olhos cinzento. —Que seus lábios podiam excitá-la tanto quando um homem brincasse com eles?
Lua engoliu em seco, nervosíssima, o corpo todo tomado por sensações novas.
— Os… homens… da plataforma… — sussurrou, preocu­pada que eles vissem o que estava acontecendo no interior do Lincoln.
— Os vidros das janelas são espelhados — ele lembrou-a, enquanto os dedos másculos continuavam a exploração.
A sanidade e a razão de Lua pareciam desvanecer-se, en­quanto Arthur observava, deliciado, as reações da sua inexpe­riente secretária ao seu toque.
— Sr. Aguiar! — murmurou ela, sentindo-se perdida num mundo de sensações novas e diferentes, mas temerosa.
— Você já foi beijada de modo apropriado? — sussurrou Arthur, cada vez mais encantado com o que via. — Com seus lábios abertos junto à boca de um homem? Seria tão fácil. Eu poderia abaixar minha cabeça um centímetro, assim. — E, di­zendo isto, puxou-a delicadamente pelo queixo —, e poderia beijá-la assim. Poderia abrir seus lábios com os meus e apertá-la contra meu corpo tão forte que você ouviria as batidas enlou­quecidas do meu coração…

Lua começou a entrar em pânico, enquanto imaginava as coisas que o chefe dizia se tornando realidade, e, num último lampejo de razão, empurrou-o com toda força.

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