quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Sussurro (adaptada)

    


Capitulo 2 parte 1

                                         
Às sete horas o céu tinha escurecido para um azul enegrecido, e eu fechei meu casaco para me aquecer. Vee e eu estávamos a caminho do cinema para o estacionamento, tendo acabado de assistir O Sacrifício.
Era meu trabalho resenhar filmes para o eZine, e já que eu já tinha visto todos os outros filmes passando no cinema, tínhamos nos resignado ao último suspense urbano.
“Esse,” Vee disse, “foi o filme mais bizarro que eu já vi. Como regra, não temos mais permissão de ver nada que sugira horror.
Por mim tudo bem. Levando em consideração que alguém estivera espreitando do lado de fora da janela do meu quarto na noite passada e combinando isso com um filme totalmente desenvolvido sobre um perseguidor essa noite, e eu estava começando a me sentir um tantinho paranóica.
“Consegue imaginar?” Vee disse. “Viver sua vida toda não tendo uma pista de que a única razão para que você é mantida viva é para ser usada como um sacrifício?”
Ambas estremecemos.
“E qual era a daquele altar?” ela continuou, irritantemente alheia que eu teria preferido falar sobre o círculo da vida de um fungo do que sobre o filme. “Por que aquele cara mau tocou fogo na pedra antes de amarrá-la? Quando eu escutei a carne dela chiar –”
“Está certo!” Eu praticamente gritei. “Para onde agora?”
“E posso só dizer que se um cara alguma vez me beijar desse jeito, eu vou começar a vomitar. Repulsivo não consegue descrever o que acontecia com a boca dele. Aquilo era maquiagem, certo? Quero dizer, ninguém realmente tem uma boca como aquela na vida real –”
“Minha resenha é para a meia-noite,” eu disse, cortando-a.
“Ah. Certo. Para a biblioteca, então?” Vee destrancou as portas de seu Dodge Neon roxo 1995. “Você está sendo terrivelmente sensível, sabe.”
Eu deslizei para o assento do passageiro. “Culpa do filme.” Culpa do pervertido na minha janela ontem a noite.
“Não estou falando só sobre hoje a noite. Eu notei,” ela disse com uma travessa curva de sua boca, “que você ficou excepcionalmente mal-humorada por uma boa meia hora no final da aula de biologia nos últimos dois dias.”
“Fácil também. Culpe o Thur.”
Os olhos da Vee moveram-se rapidamente para o espelho retrovisor. Ela o ajustou para olhar melhor seus dentes. Ela os lambeu, dando um sorriso praticado.
“Eu tenho que admitir, o lado obscuro dele me atrai.”
Eu não tinha desejo algum de admitir isso, mas Vee não estava sozinha. Eu me sentia atraída por Thur de uma maneira que eu nunca me senti atraída por ninguém. Havia um magnetismo obscuro entre nós. Perto dele, eu me sentia atraída pelos precipícios do perigo. A qualquer momento, parecia que ele podia me empurrar do precipício.
“Ouvir você dizer isso me fazer querer –” eu parei, tentando pensar exatamente no que a nossa atração pelo Thur me fazia querer fazer. Algo desagradável.
“Me diga que você não acha que ele é bonito,” Vee disse, “e eu prometo que nunca trarei o nome dele a tona novamente.”
Eu estiquei meu braço para ligar o rádio. De tudo, devia haver algo melhor a fazer do que arruinar a nossa noite convidando Thur, mesmo que de forma abstrata, para ela. Sentar ao lado dele por uma hora todo dia, cinco dias por semana, era muito mais do que eu podia aguentar. Eu não lhe daria minhas noites também.
“Bem?” Vee pressionou.
“Ele pode ser bonito. Mas eu seria a última a saber. Eu sou uma jurada maculada nessa questão, desculpa.”
“O que isso quer dizer?”
“Quer dizer que eu não consigo passar pela personalidade dele. Nenhuma quantidade de beleza pode compensá-la.”
“Beleza não. Ele é... ousado. Sexy.”
Eu girei meus olhos.
Vee buzinou e bateu em seu freio enquanto um carro parava na frente dela.
“O quê? Você discorda, ou rude-e-diabólico não é o seu tipo?”
“Eu não tenho um tipo,” eu disse. “Não sou tão restrita.”
Vee riu.
 “Você, querida, é mais do que restrita – você é confinada. Limitada. Seu espectro é tão largo quanto um dos micro-organismos do Treinador. Há muitos poucos, se há algum, garotos na escola por quem você ficaria caída.”
“Isso não é verdade.” Eu disse as palavras automaticamente. Não foi até eu tê-las dito que eu me perguntei o quanto eram acuradas. Eu nunca estive seriamente interessada em ninguém. Como eu era estranha. “Não tem a ver com garotos, tem a ver com... amor. Eu não o achei.”
“Não tem a ver com amor,” Vee disse. “Tem a ver com diversão.”
Eu levantei minhas sobrancelhas, duvidosa. “Beijar um cara que eu não conheço – que eu não gosto – é divertido?”
“Você não esteve prestando atenção na aula de biologia? É muito mais do que beijar.”
“Ah,” eu disse em uma voz iluminada. “O patrimônio genético está deturpado o bastante sem eu contribuir com ele.”
“Quer saber quem eu acho que seria realmente bom?”
“Bom?”
Bom?” ela repetiu com um sorriso indecente.
“Não particularmente.”
“O seu parceiro.”
“Não chame ele disso,” eu disse. “Parceiro tem uma conotação positiva.”
Vee espremeu-se em uma vaga próxima das portas da biblioteca e deixou o motor morrer. “Você já fantasiou sobre beijá-lo? Você já deu uma espiadinha de lado e imaginou se jogar no Thur e comprimir sua boca contra a dele?”
Eu encarei ela com um olhar que esperava transmitir um choque alarmado. “Você já deu?”
Vee sorriu.
Eu tentei imaginar o que Thur faria se fosse apresentado a essa informação. Do pouco que eu sabia sobre ele, eu sentia sua aversão pela Vee como se fosse concreta o bastante para tocar.
“Ele não é bom o bastante para você,” eu disse.
Ela gemeu.
“Cuidado, você só vai fazer eu querer ele ainda mais.”
Dentro da biblioteca nós pegamos uma mesa no térreo, perto de ficção adulta. Eu abri meu laptop e digitei: O Sacrifício, duas estrelas e meia. Duas e meia provavelmente era baixo. Mas eu tinha muito na minha mente e não estava me sentindo particularmente justa.
Vee abriu um saco de chips de maça seca. “Quer um pouco?”
“Não, obrigada.”
Ela espiou dentro do saco.
“Se você não vai comê-las, eu terei que. E eu realmente não quero.”
Vee estava na dieta da fruta roleta-da-cor. Três frutas vermelhas por dia, duas azuis, um punhado de verdes...
Ela levantou um chip de maça, examinando-o de frente e de costas.
“Que cor?” eu perguntei.
“Verde-maça-de-fazer-vomitar-ovas-de-peixe. Eu acho.”
Bem então Marcie Millar, a única estudante do segundo ano do time de líderes de torcida na história da Coldwater High, tomou um assento na beirada de nossa mesa. Seu cabelo loiro morango estava penteado em marias-chiquinhas baixas, e como sempre, sua pele estava oculta debaixo de meio tubo de base. Eu estava positivamente certa de que tinha acertado a quantidade certa, já que não havia um traço de suas sardas a vista. Eu não via as sardas da Marcie desde a sétima série, o mesmo ano em que ela descobriu Mary Kay9. Havia três quartos de dois centímetros entre a bainha de sua saia e o começo de sua calcinha... se ela estava ao menos usando uma.
 “Oi, Gigante,” Marcie disse para Vee.
“Oi, Aberração,” Vee disse de volta.
“Minha mãe está procurando por modelos esse final de semana. O pagamento é nove dólares por hora. Pensei que você poderia estar interessada.”
A mãe da Marcie gerencia a JCPenney10 local, e nos finais de semana ela faz a Marcie e o resto das líderes de torcida modelaram em biquínis na janela de exposição encarando a rua da loja.
“Ela está tendo muita dificuldade em achar modelos de lingerie plus-size,” disse Marcie.
“Você tem comida presa nos seus dentes,” Vee disse a Marcie. “Na fenda entre os seus dois dentes da frente. Parece com o chocolate Ex-Lax11...”
Marcie lambeu seus dentes e deslizou da mesa. Enquanto ela ia embora gingando, Vee enfiou seu dedo em sua boca e fez gestos de vômito para as costas da Marcie. “Ela tem sorte de estarmos na biblioteca,” Vee me disse. “Ela tem sorte de não termos nos cruzado em um beco escuro. Última chance – quer chips?”
“Passo.”
Vee vagou para descartar os chips. Alguns minutos depois ela retornou com um livro de romance. Ela tomou o assento ao meu lado e, mostrando a capa do livro, disse, “Algum dia seremos nós. Arrebatadas por caubóis parcialmente vestidos. Eu me pergunto como é beijar um par de lábios queimados pelo sol e com crostas de lama?”
“Sujo,” eu murmurei, digitando.
“Falando em sujo.” Houve um aumento inesperado em sua voz. “Lá está o nosso menino.”
Eu parei de digitar tempo o bastante para espiar sobre meu laptop, e meu coração pulou uma batida. Thur estava de pé do outro lado da sala na fila de empréstimo. Como se ele tivesse me sentido observando-o, ele se virou. Nossos olhos se trancaram por um, dois, três instantes. Eu quebrei-o primeiro, mas não antes de receber um sorriso vagaroso.
As batidas do meu coração ficaram erráticas, e eu disse a mim mesma para me controlar. Eu não ia ir por essa estrada. Não com o Thur. Não a não ser que eu estivesse louca.
“Vamos,” eu disse a Vee. Fechando meu laptop, eu o fechei dentro de sua pasta. Eu empurrei meus livros dentro da minha mochila, derrubando alguns no chão enquanto o fazia.
Vee disse,
“Estou tentando ler o título que ele está segurando... espera aí… Como Ser um Perseguidor.”
“Ele não está emprestando um livro com esse título.” Mas eu não estava certa.
“É ou esse ou Como Irradiar Sensualidade Sem Tentar.”
“Shh!” Eu sibilei.
“Acalme-se, ele não consegue ouvir. Ele está falando com a bibliotecária. Ele está indo embora.”
Confirmando isso com uma rápida olhada, eu percebi que se fôssemos embora agora, provavelmente o encontraríamos na porta de saída. E então seria esperado que eu dissesse algo para ele. Eu me ordenei a voltar para a minha cadeira e procurei diligentemente nos meus bolsos por coisa alguma enquanto ele terminava de sair.
“Você acha que é sinistro ele estar aqui na mesma hora que nós?” Vee perguntou.
“Você acha?”
“Eu acho que ele está te seguindo.”
“Eu acho que é uma coincidência.” Isso não era inteiramente verdade. Se eu tivesse que fazer uma lista dos dez lugares em que eu esperaria encontrar Thur em qualquer noite, a biblioteca pública não entraria. A biblioteca não entraria nos cem lugares. Então o que ele estava fazendo aqui?
A pergunta era particularmente perturbadora depois do que acontecera ontem a noite. Eu não tinha mencionado isso para Vee porque eu esperava que isso encolhesse e murchasse na minha memória até parasse de ter acontecido. Ponto.
Thur!” Vee fingiu sussurrar. “Você está perseguindo a Nora?”
Eu fixei minha mão sobre a boca dela.
 “Para com isso. Falo sério.” Eu fiz uma cara severa.
“Aposto que ele está te seguindo,” disse Vee, forçando a minha mão a sair. “Eu aposto que ele tem um histórico disso também. Eu aposto que ele tem medidas cautelares. Deveríamos entrar escondidas no escritório principal. Tudo deve estar na ficha estudantil dele.”
“Não vamos entrar escondidas no escritório principal.”
“Eu podia criar uma distração. Sou boa em distrações. Ninguém veria você entrar. Poderíamos ser como espiãs.”
Não somos espiãs.”
“Sabe o sobrenome dele?” Vee perguntou.
“Não.”
“Sabe alguma coisa sobre ele?”
“Não. E eu gostaria de continuar desse jeito.”
“Ah, vamos lá. Você ama um bom mistério, e não fica melhor que isso.”
“Os melhores mistérios envolvem um corpo morto. Não temos um corpo morto.”
Vee deu um gritinho. “Ainda não!”
Chacoalhando duas pílulas de ferro da garrafa na minha mochila, eu as engoli juntas.
Vee fez o Neon saltar em sua entrada logo depois das nove e meia. Ela desligou o motor e balançou as chave na minha frente.
“Você não vai me levar para casa?” eu perguntei. Um desperdício de fôlego, já que eu sabia a resposta dela.
“Tem névoa.”
“Uma névoa remendada12.”
Vee sorriu.
 “Ah, cara. Ele está tão na sua mente. Não que eu te culpe. Pessoalmente, estou esperando sonhar com ele hoje a noite.”
em qualquer noite, a biblioteca pública não entraria. A biblioteca não entraria nos cem lugares. Então o que ele estava fazendo aqui?
A pergunta era particularmente perturbadora depois do que acontecera ontem a noite. Eu não tinha mencionado isso para Vee porque eu esperava que isso encolhesse e murchasse na minha memória até parasse de ter acontecido. Ponto.
Patch!” Vee fingiu sussurrar. “Você está perseguindo a Nora?”
Eu fixei minha mão sobre a boca dela. “Para com isso. Falo sério.” Eu fiz uma cara severa.
“Aposto que ele está te seguindo,” disse Vee, forçando a minha mão a sair. “Eu aposto que ele tem um histórico disso também. Eu aposto que ele tem medidas cautelares. Deveríamos entrar escondidas no escritório principal. Tudo deve estar na ficha estudantil dele.”
“Não vamos entrar escondidas no escritório principal.”
“Eu podia criar uma distração. Sou boa em distrações. Ninguém veria você entrar. Poderíamos ser como espiãs.”
Não somos espiãs.”
“Sabe o sobrenome dele?” Vee perguntou.
“Não.”
“Sabe alguma coisa sobre ele?”
“Não. E eu gostaria de continuar desse jeito.”
“Ah, vamos lá. Você ama um bom mistério, e não fica melhor que isso.”
“Os melhores mistérios envolvem um corpo morto. Não temos um corpo morto.”
Vee deu um gritinho. “Ainda não!”
Chacoalhando duas pílulas de ferro da garrafa na minha mochila, eu as engoli juntas.
Vee fez o Neon saltar em sua entrada logo depois das nove e meia. Ela desligou o motor e balançou as chave na minha frente.
“Você não vai me levar para casa?” eu perguntei. Um desperdício de fôlego, já que eu sabia a resposta dela.
“Tem névoa.”
“Uma névoa remendada12.”
12 No

Vee sorriu. “Ah, cara. Ele está tão na sua mente. Não que eu te culpe. Pessoalmente, estou esperando sonhar com ele hoje a noite.”
Original de: Becca Fitzpatrick


Adaptada por: Millys


3 comentários:

  1. Aprende a escrever o livro certo tá? O nome do livro e sussurro e já li a coleção inteira e muito lindo o livro tô louca que façam o filme♥♥♥☆☆☆

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